quarta-feira, 26 de setembro de 2007

Prostituição uma crescente no mundo

O cruel negócio da prostituição

Por Maria Encarna Sanahuja YII (Trechos do artigo publicado em Poder e Liberdade)

A prostituição absorve milhares de jovens e mulheres e gera enormes benefícios para o crime organizado. A cada ano, milhares de mulheres são traficadas para a prostituição e para a indústria do sexo em todo o mundo. As práticas são extremamente opressivas se incompatíveis com os direitos humanos consagrados universalmente. O mercado sexual é uma forma contemporânea de escravidão e vários indicadores mostram o seu aumento e expansão no século XXI. Aproximadamente três quartos das mulheres traficadas não sabem que se destina ma clubes de strip, bordéis ou para as ruas, onde são vendidas a compradores ansiosos. A maioria das mulheres procura Escapar da pobreza, da violência e da falta de oportunidades, mas, uma vez sob o controle de cafetões, são apanhadas pela prostituição por coação e violência física, sexual e econômica. A prostituição é uma procura de mercado criada por homens que compram e vendem a sexualidade feminina para seu benefício pessoal e seu próprio prazer. As reformas legais deveriam criar soluções para assistir as vítimas e condenar os culpados. O combate contra a regulação da prostituição é, assim, uma luta de todas as mulheres, porque está em causa o reconhecimento do direito da mulher à dignidade. A legalização da prostituição significa que os Estados criarão regulamentações que permitem que as mulheres possam ser prostituídas. Na luta que travamos contra a globalização excludente que assola economias nacionais, reverte direitos e, entre outros males, mercantiliza tudo e todas, está pautado o combate à mercantilização dos corpos das mulheres. Somos mulheres, não mercadorias!

As Sempre vivas
O mito masculino mantém que a prostituta se vende em um ato livre de disposição do seu corpo, esquecendo que estas mulheres foram impulsionadas à prostituição devido a elementos de ordem social: miséria, desemprego e deficiências do meio familiar: pobreza; por serem abandonadas pelo marido; por serem expulsas do lar por causa de gravidez indesejada; por terem filhos ilegítimos, etc.
Ainda que os nossos reformistas não queiram admitir, a inferioridade social e econômica da mulher é a única responsável pela prostituição. Também cabe destacar que o desemprego está associado indiscutivelmente à venda do corpo. As mulheres, devido às características sexuais da sociedade patriarcal, têm o recurso do comércio do seu sexo, em lugar do roubo ou de golpes.Esta é uma razão da menor delinqüência entre as mulheres. Mas a prostituição é um negócio de homens. O Estado e a classe dominante – o homem – assentamos eu poder e os seus recursos econômicos sobre a exploração das mulheres.A prostituição, assim como a tortura domiciliar, estupro e o femicídio, constituem um claro expoente do machismo.

Nem vocação nem liberdade
A ideologia machista, que afirma que a prostituta vende o seu corpo porque gosta, que se trata de um trabalho vocacional, refletiu em algum setor das prostitutas. À prostituta não causa prazer realizar serviços sexuais que só satisfazem ao homem. Vende seu corpo para poder sobreviver ou obter mais dinheiro. Ignora-se, entretanto, que as maiorias das prostitutas não são livres. Nem as pobres, nem as ricas. Tanto as da rua ou as dos bares e clubes como as de luxo que exercem outro tipo de prostituição clandestina, de convite, de agenda, estão controladas por cafetões, que são os principais beneficiários do negócio. As máfias impedem que as mulheres públicas obtenham um benefício individual, pois trata-se de um negócio para homens e não para as mulheres. A ignorância frente aos fatos reais faz com que ninguém se volte contra a figura do cliente nem do cafetão. Onde se viu que para erradicar uma injustiça se ataque os explorados e não os exploradores? Quem compra é quem tem o poder.

Sobre os clientes

A clientela que procura as prostitutas é heterogenia, entretanto, a classe social a que pertence e suas condições econômicas não mantém diferenças substanciais na forma como se relacionam com a prostituição. A prostituição é o símbolo mais tangível da ditadura heterossexual da nossa sociedade: o macho impõe o seu desejo em troca de dinheiro. A superioridade econômica lhe permite assegurar os serviços de prostitutas.
Foi dito que a prostituição é o ofício mais antigo do mundo. Isto se encaixa perfeitamente em nossa tese fundamental, a saber, que a mulher é a primeira classe explorada e oprimida pelo homem. Logo, tem seus ex o explorado individualmente ou de forma pública, quando o homem descobre que o comércio dos ex o pode lhe beneficiar. Entre os povos primitivos atuais a prostituição é um fenômeno corrente. No nosso adiantado e progressista mundo capitalista, gigolôs e cafetões, agrupados em clãs e máfias supra nacionais, enchemos bolsos coma exploração de mulheres escravizadas, sendo impossível para elas saírem do alucinante mundo da prostituição. O proxenetismo não só está representado pelos gigolôs que vigiam suas mulheres, mas também porto dos aqueles que vivem, enriquecem, se aproveitam e engordam às custas das prostitutas. Homens que vendem, compram, espancam, maltratam e até assassinam estas mulheres. Só a valentia de algumas, fartas de maus tratos e humilhações, permite que conheçam os a extorsão a que são submetidas.
Soluções para a prostituição
A luta organizada das prostitutas nascida na França está dividida em dois ramos fundamentais: a primeira, o setor com menos consciência de classe, mais reacionário, e que tem o visto do dos proxenetas, defende o trabalho e quer exercê-lo mediante a legalização. As mulheres reclamam a liberdade para vender o seu corpo e a prática da prostituição por vocação. A outra a do movimento, com a qual nos sentimos mais próximas, proclama que a prostituição é degradante e vil, e apresentam um plano de medidas governamentais para reinsertar as prostitutas. Muitas mulheres que estão sem trabalho, sem meios econômicos, são vítimas das máfias e estão obrigadas a prostituírem-se. Estamos mais próximas deste setor porque as mulheres do primeiro ainda não descobriram que devem ser donas de seu corpo. Carmem Alcalde considera que "estas mulheres não entenderam que a sua única alternativa é exigir o direito à cultura, à informação e ao trabalho, por mais explorado e alienado que seja.Assim como os escravos preferiram mudar sua situação de servos corporais pelo trabalho nas minas ou nas fábricas. Assim como hoje seguem preferindo a venda da sua força de trabalho no lugar de vender a sua pessoa a um amo, as mulheres, se realmente querem levar sua revolução sexual adiante, deveriam começar por gritar que são seres humanos com a mesma capacidade que os homens para integrar-se ao mundo do trabalho, político, cultural e criativo,monopolizado pela outra metade da população mundial". O atroz é que, com a legalização, as máfias, mais ou menos distinguidas, que controlam a prostituição atuarão com maior impunidade. A legalização, que aceita o comércio do corpo da mulher e as relações que com ele estabelece o cliente e a prostituta, não fariam mais do que favorecer este negócio que nutre capitalistas, fascistas e inclusive democratas. Em uma palavra, o movimento feminista não pode tolerar a legalização da escravidão sexual. Somos partidárias,ainda sabendo que esta solução atenta contra muitos interesses, de adotar medidas adequadas para abolir a prostituição, com a criação de escolas de formação e lugares de trabalho para as prostitutas, penas elevadas para todo tipo de cafetão e multas para os clientes. É necessária uma transformação Profunda das sociedade e,sobretudo, à tomada de consciência por parte das mulheres para sermos donas do nossos corpos e contrárias a qualquer tipo de exploração, incluída a sexual. Com a revolução feminista emergirá uma sociedade onde a Prostituição não terá razão de ser. Os métodos indiretos do patriarcado de indução à prostituição são mais sutis do que nunca. Entre eles podemos destacar a comercialização do corpo da mulher apresentada pelos meios de comunicação; e a ausência de uma autêntica igualdade de oportunidades entre os sexos que deixa as mulheres em posição débil e inseguras, e dependentes dos homens. Os ofícios mais antigos do mundo, expressão machista e sexista, querem dar a entender que a prostituição foi, é e será, ou, o que é o mesmo, que é inata à condição da mulher e imodificável.

Um comentário:

Anônimo disse...

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