quarta-feira, 10 de outubro de 2007

terça-feira, 9 de outubro de 2007

segunda-feira, 8 de outubro de 2007

domingo, 7 de outubro de 2007

História da Prostituiçao

História da Prostituição

Sempre que se fala em prostituição podemos voltar as origens dela recordando a prostituição hospitaleira dos Caldeus ou a sagrada da Babilônia. Ora, a prostituição nunca foi “sagrada nem hospitaleira”, porque tem sido sempre infame, como o mercantilismo que a tornou possível.
A prostituição é a caracterização da promiscuidade com fins mercantilistas desde aqueles tempos.
Já na Grécia em (1600 a.c.), reinava a comunidade das mulheres, onde o fundador de Atenas Cekrops fez existir o mercantilismo, daí surgiu a prostituição que é a sua conseqüência imediata. Na Grécia, as prostitutas vulgares eram escravas e tinham o nome de porné; a casa onde exerciam o seu comércio era o porneion, existia também outra classe de prostituta superiores a esta que exerciam as profissões de dançarinas, cantoras, tangedoras de instrumentos musicais.
A prostituição nessa época correspondeu em determinado momento a uma necessidade social, pois, se assim não fosse não teria surgido a civilização e as suas conseqüências: o urbanismo, a sociedade privada, o mercantilismo, a acumulação de riquezas, e deste jeito alteram o ritmo natural da vida e necessariamente o das manifestações sexuais. Surgiu então a instituição da mulher comum, onde todos os homens podiam disputa-las quebrando ou na verdade abolindo, para elas, o tabu do exclusivismo, concedendo-lhes a faculdade de terem relações com quem quisessem.
Assim a prostituição se faz presente até os dias de hoje, como um negócio comercial qualquer, trazendo conseqüências sociais e políticas.

quinta-feira, 27 de setembro de 2007

Homem vive no mundo selvagem (corrompendo menores)

Acusado de aliciar crianças por R$ 2,00.

Pela quantia de R$ 2, 00, o comerciante José Edson Rocha, 40 anos, aliciava crianças e adolescentes, no município de Jijoca de Jericoacoara, Litoral Norte do Estado do Ceará, a 287 quilômetros de Fortaleza. Ele foi preso na manhã de ontem, ao ser flagrado na companhia de duas crianças: uma com sete anos e a outra com dez anos. O comerciante foi conduzido à Delegacia de Acaraú, onde foi instaurado inquérito policial pela prática de aliciamento de adolescentes e prostituição infantil.
Segundo a Polícia, cerca de 20 crianças e adolescentes da região teriam sido aliciadas pelo comerciante. Todas seriam de famílias pobres e teriam cedido às investidas do acusado, somente pelo dinheiro. Algumas vítimas teriam contado no Conselho Tutelar que o comerciante pagava R$ 10,00 para ter relação sexual com elas. Em troca de carícias sexuais, elas receberiam R$ 2,00. Foram 16 vítimas ouvidas pelo Conselho, com idades entre sete e 16 anos. A Polícia acredita que mais famílias trarão seus filhos para serem ouvidos pelos conselheiros.
Com pouco mais de 10 mil habitantes, Jijoca de Jericoacoara possui como principal atração a Praia de Jericoacoara, apontada pelo jornal norte-americano The Washington Post como uma das dez praias mais belas do mundo. Apesar do potencial turístico, a população vive basicamente da pesca e da agricultura.
Fonte: Jornal O Povo

Uma mulher a serviço do mundo

Uma puta escritora

Em função da atualidade do tema, e em função do espaço que hoje há para se falar do assunto, ou talvez da receptividade do público ao tema, sei o quanto já é natural acreditar que a escrita do livro «ALUGO O MEU CORPO» - ou a escrita do livro, não importa o título - é apenas derivado do fato de ser prostituta, quando não é.
Ainda não era nem mesmo uma adolescente quando já tinha lido "Christiane F." ou "A Vida Sexual de Catherine M." - ou "A vida secreta de Catherine M., é o título que me parece mais vivo na lembrança - o que não quer dizer que já nessa altura imaginava que pouco depois dos meus 25 anos escreveria um livro também dentro da temática do sexo. Se sabia que ia escrever? Sim, mas não em função do tema, mas porque já sabia que escrever era o que mais gostava de fazer.
« (…) Paula Lee não se tornou escritora por ser prostituta, quando muito pode-se dizer-se que é uma escritora que, por acaso, virou prostituta.»
Da texto «A autora»
Escrevi um livro por ser apaixonada pela escrita. Quem escreveu o livro não foi a prostituta, mas a pessoa que é apaixonada pelos livros, porque, apenas enquanto "prostituta" escrever não é uma das minhas funções, não é "pré-requisito". Quando recebi o convite para vir trabalhar num bordel em Portugal, não me fizeram nenhum tipo de exame – nem teórico nem prático – muito menos pediram para desenvolver uma redação sobre o tema, de forma que assim pudesse ser selecionada para ser prostituta.
Se você é médico e escreve um livro, quem escreve o livro não é o médico, mas a pessoa que é apaixonada pela escrita ou que quer usar a escrita como meio de informação, e, claro, o fato de ser médico apenas ajuda no fato de poder ter bagagem teórica e prática para poder falar no assunto na primeira pessoa.
Conheço muita gente que ficaria deslumbrada facilmente, ou pessoas que seriam capazes de aceitar qualquer tipo de proposta que conferisse algum "status". Não sendo tão simples publicar um livro por uma boa Editora, essas pessoas com certeza aceitariam uma proposta de publicar um livro… mesmo se nunca tivessem escrito mais do que meia dúzia de frases, mesmo que, na verdade, nem gostassem de escrever, mesmo que a escrita fosse para eles uma espécie de tortura.
Eu poderia, simplesmente, publicar um livro de fotografias, caso a minha paixão fosse a fotografia. Poderia ter resolvido aceitar as propostas que recebi para fazer filmes pornográficos, mas a minha paixão também não é esta. Se resolvi publicar um livro com texto, é apenas porque a escrita que é a minha paixão, tão simples quanto isso. Com prazer aceitaria escrever as notas das fotografias, ou o guião de um filme, mas não me sentiria encantada por participar neles de uma forma passiva - quando sou apenas o objeto do trabalho alheio - quando a minha paixão é outra, quando "a minha praia" é outra.
Mas não sou assim tão ingênua, e sei que, apesar de não ter escrito o livro apenas em função de ser prostituta, que o fato de o ser ajudou bastante para conseguir publicá-lo. Sei que o sexo é sempre um tema atual, e que o fato de poder ter a tal "bagagem" para falar sobre isso facilita um pouco – ou bastante.
Eu sabia que um dia receberia propostas de publicar um livro "em carreira solo", mas não seria já. E isso, sinceramente, não seria o pior dos meus pesadelos, não ia ser infeliz se ao invés de conseguir publicar o meu livro agora só o fosse publicar dentro de 30 anos. Porque, apesar de hoje reconhecer o quão grande é a alegria de ver o meu livro nas livrarias, de receber o feedback das pessoas, etc., o prazer da escrita, o prazer de escrever o livro antes de chegar até mesmo às Editoras não foi menor. Durante esses 30 anos, enquanto não publicasse o meu livro, não deixaria de escrever um único dia, não me sentiria desmotivada segundo algum, apenas perceberia que vivi 30 anos de intenso prazer.
Antes do blog – e isso todos os meus clientes que me acompanham desde aquela altura sabem – cheguei a pensar em publicar o meu livro por conta própria. Por que publicá-lo agora e não dentro de 30 anos? Porque as informações que o meu material tinha eram muito atuais, e receei que parte do seu conteúdo não tivesse muita validade daqui a 30 anos. Alguém sabe me dizer como será visto o sexo em 2030, como a sociedade o vai encarar, como será o nosso comportamento? Hoje há até quem faça sexo com os pulsos. Eu, particularmente, não consigo ver muita graça nisso, mas quem pode me garantir que, dentro de 30 anos, o sexo que descrevo, o sexo que conheço, e inclusive o prazer que conheço, não possa ser algo completamente monótono perto da "nova realidade"?
Se eu me considerasse uma escritora, poderia dizer que tenho mais anos enquanto escritora do que enquanto prostituta, porque a paixão pela escrita, que motivou a sua prática, começou muito antes de ser prostituta e não condicionada por esse fato.
Paula Lee

Depoimento de uma prostituta corajosa

A corajosa vida de uma prostituta

Na revista Focus nº. 403, de 4/6 a 10/07/2007, deverão ter notado uma frase que eu disse que finaliza a entrevista que dei:

«Nos dias de hoje, em que a mulher é tida cada vez mais como objeto, em que as dificuldades financeiras aumentam, é mais corajosa aquela que não é prostituta do que aquela que o é.»
Recebi vários e-mails, alguns a elogiar, outros sem entender a razão dessa minha conclusão. Já era um assunto do qual queria falar, e como a resposta não é simples, essa página servirá para isso.

As pessoas costumam-me dizer que fui muito corajosa por ter atravessado um oceano sozinha, por ter decidido aceitar a proposta de vir me prostituir em Portugal. Dizem que fui muito corajosa por ter passado tudo o que passei. Estão erradas? Claro que não. Não foi fácil de repente me ver a ter uma vida completamente diferente daquela que tinha, a mudança de cenário e ambiente, o primeiro homem com quem claramente fazia sexo por dinheiro, o convívio no local, as limitações, o reflexo psicológico, etc. Mas isso também não faz com que eu seja mais corajosa que uma mãe solteira que cria um filho sozinha, que uma pessoa "comum" que também enfrentará limitações e desafios no seu dia-a-dia. O único detalhe é que o fato de ser prostituta vira livro e é falado, mas muito menos facilmente isso hoje aconteceria com impacto igual se fosse por exemplo uma mãe solteira (a não ser talvez se o livro fosse editado na China).
Sempre deixei claro o quanto admiro as pessoas que escolheram ser acompanhantes, são estas as verdadeiras acompanhantes, e apenas estas deviam ser acompanhantes, caso o mundo não fosse o que é. E eu, como muitas outras que conheço, infelizmente - ou não tão infelizmente assim, afinal tudo na vida é lição - não coloquei uma lista de hipóteses profissionais na minha frente e escolhi que afinal queria vir ser "prostituta" em Portugal.
Apesar de todos os avanços, de todas as conquistas - importantes - dos últimos tempos, a sociedade ainda "prostitui" a mulher - mesmo ela não sendo conhecida como prostituta. A sociedade faz da mulher um objeto, um produto, estabelece valores para essa mulher. Vemos isso por todo o lado: seja na publicidade ou até mesmo no comportamento das pessoas, inclusive até no comportamento de algumas mulheres, que não têm outra alternativa a não ser o de se limitar ou seguir tais padrões estabelecidos.
Começando por um exemplo que para alguns pode parecer banal, quantas e quantas vezes, num quarto com um cliente, ele não me disse que procurava acompanhante porque a mulher dele estava velha, que queria trocar a esposa de 60 por 3 de 20? Quantos anos ele tem? Também 60, ou bem mais. Ele pode envelhecer, mas ela… não, ela não pode. Ele pode ser feio, careca - haha, isso só ele pode, mas entendam, não é uma crítica, porque eu particularmente até acho um charme um homem careca - barrigudo, mas ela não pode. A mulher começa a ser desvalorizada quando ela não tem aquela imagem de propaganda.
Estou falando apenas num aspecto geral. Sei que há pessoas e pessoas e que - para o bem da Humanidade - há aquelas que, felizmente, não são assim.
Numa sociedade em que vivemos hoje, que apela pela imagem da mulher, que apela pelo sexo, que apela para que esta mulher possa valer enquanto imagem, que reduz o valor da mulher, é relativamente fácil se tornar prostituta. Basta uma decisão, um número de tele móvel e um anúncio (e mesmo se tiver que ser assim, por favor, pelo menos não esqueçam da caixa de preservativos). O resto, claro, é o que é mais difícil. Entretanto, não ceder - ou não ceder apenas em função daquilo que pode parecer hipoteticamente uma solução mais fácil - que faz dela mais corajosa.
A mulher não é prostituída apenas porque pratica a prostituição. Ou os casamentos arranjados, apenas porque foi imposta a monogamia, não foram também uma forma de prostituir a mulher?
Não é prostituta apenas aquela que atende clientes e faz disso a sua fonte de renda principal. Qualquer pessoa, independente de ser homem ou mulher, que está com outra em função de algum objetivo ou vantagem, e não pela troca que há entre eles de sentimentos ou sensações, é também prostituta(o).
Não fui corajosa apenas e simplesmente pelo fato de ter vindo para ser prostituta. Fui corajosa sim, pelo fato de ter feito alguma coisa quando alguma coisa devia ser feita. Fui corajosa por não ficar à espera de algum milagre, corajosa pelo fato de não ter jogado as minhas responsabilidades para cima de outras pessoas, corajosa pelo fato de ter lutado, de ter enfrentado as adversidades. Mas se ao invés de ter vindo ser prostituta, se tivesse exercido outra profissão, seria menos corajosa? Não, seria corajosa na mesma.
Há uma frase que costumo dizer sempre, mas desconheço a autoria (se alguém souber, por favor me avise, para adicionar aqui; achei duas referências como sendo de F. Véron, mas não tenho certeza): «Coragem é a arte de ter medo sem que ninguém perceba».
Hoje, e talvez diga isso em função do número de e-mails que recebo nesse sentido, noto uma banalização da prostituição. Não quero dizer que as minhas motivações sejam mais importantes que algumas dessas pessoas, que a minha vida tenha sido mais difícil que a de algumas dessas pessoas. Mas de umas outras, disso tenho a certeza. Recebi alguns contactos nos últimos tempos, desde que criei o blog Amante Profissional, em que noto claramente essa "banalização". Meninas que, na primeira dificuldade que encontram na vida, por menor que seja, já pensam logo em se prostituir. Sim, parece que estou a exagerar, mas não estou. «Ah, meu pai não quer me dar o que quero, por isso vou ser independente, vou ser prostituta», «Preciso urgentemente colocar silicone no peito, por isso vou ter que ser prostituta», «Não quero ter que trabalhar, por isso vou ser prostituta.» Sério, juro que nunca pensei que conheceria uma banalização desse tamanho. Pior que isso, há meninas que até me enviam fotos, dizem "olha só, sou bonitinha, será que vou conseguir ser prostituta?", achando que para tal apenas é necessário ter imagem. E quando eu digo que não é assim que a banda toca, quando explico quais são os dois lados da moeda, muita gente não acredita, afinal parece que estou fazendo isso com medo da "concorrência", quando na verdade apenas gostaria que, caso viessem mesmo a decidir - e só será por conta própria, nunca irei influenciar nesse sentido - por se tornarem prostitutas, que pelo menos pudessem saber o que isso implica, quais as adversidades que terão que enfrentar, aquilo que terão que aprender, etc.
Na maioria dos casos, as garotas que me contactam com o intuito de saber informações sobre a prostituição querem saber o quanto podem ganhar, mas não parecem nada interessadas com o que vão ter que oferecer. Mas não são só as meninas que querem saber quanto podem ganhar. Na maioria das entrevistas que dou geralmente os jornalistas também fazem essa pergunta, querem saber quanto eu ganho. (O que é no mínimo curioso. Afinal nunca pergunto aos meus clientes quanto eles ganham. Também não vejo ninguém perguntando para outra pessoa, sem ter tanta intimidade, quanto esta ganha. Também não vejo como hábito os jornalistas perguntarem para os políticos, cantores, escritores, etc., o quanto eles ganham). Habitualmente dou respostas muito vagas nesse sentido, justamente porque sei que o valor monetário pode ser decisivo para algumas pessoas. Mas se agora você me pergunta: "uma prostituta pode vir a ganhar mesmo muito dinheiro?" a minha resposta é uma metáfora, "pode, depende do quanto ela está disposta a perder de si mesma".
E agora você me pergunta: por que a prostituição está tão banalizada? Porque o sexo está banalizado, porque a mulher foi banalizada. Todo mundo pensa que a prostituição depende apenas da imagem, quando na verdade não depende. Todo mundo pensa que para praticar a prostituição é apenas necessário um corpo, quando na maior parte das vezes é necessário usar muito mais a cabeça. Todo mundo pensa que a prostituição é apenas sinônimo de dinheiro, quando, se uma mulher pensar em se prostituir apenas em função do dinheiro que ela vai receber, muito possivelmente será a que menos dinheiro irá ganhar, como também será aquela que terá os piores clientes. É óbvio que vivemos numa sociedade de consumo que apela por uma imagem, mas a imagem, apenas por si só, não basta, afinal de contas quantas outras pessoas também não vão concorrer com a imagem? Se digo para uma aspirante a prostituta: «Ok, você quer ser prostituta, mas prostitutas já há muitas por aqui como em todos os lugares, o que você acha que tem a acrescentar na atividade?», as respostas geralmente são silenciosas.
Quis escrever o livro "Alugo o Meu Corpo" não por uma questão de vaidade, de me achar tão corajosa e importante para já ter a minha biografia - ou autobiografia - ainda tão jovem. Mesmo se não fosse "prostituta", muito possivelmente me interessaria em escrever algo sobre os "(sub) mundos marginalizados". Tendo eu a visão de dentro, tendo tido a oportunidade de vivenciar todas estas experiências, não poderia perder a oportunidade de relatar essa realidade. Poderia ter começado com as minhas histórias eróticas, aquilo que vivo hoje com mais humanidade, mais carinho, mais tesão… mas resolvi escrever o "Alugo o Meu Corpo" mais pelo seu teor social.
A entrevista na revista Focus também revelou que pretendo escrever ficção baseada em histórias de pessoas "normais". Pretendo um dia escrever sobre outras pessoas corajosas que não são necessariamente prostitutas, ou que não estão necessariamente envolvidas no mercado do sexo. Se quero continuar a falar do sexo? Sim, claro que quero, não pelo que tem de apelativo, mas justamente pelo fato de estar tão banalizado e merecer análises mais profundas, por aquilo que ainda está para se desvendar. Mas tenho que esclarecer aqui que esse é apenas um dos meus projetos para o futuro, e não sei se é um futuro para daqui a 2 anos ou daqui a 20.
Assim como o que aconteceu com os blogs, a escrita não foi a minha primeira experiência apenas "depois de ser prostituta".

quarta-feira, 26 de setembro de 2007

Prostituição uma crescente no mundo

O cruel negócio da prostituição

Por Maria Encarna Sanahuja YII (Trechos do artigo publicado em Poder e Liberdade)

A prostituição absorve milhares de jovens e mulheres e gera enormes benefícios para o crime organizado. A cada ano, milhares de mulheres são traficadas para a prostituição e para a indústria do sexo em todo o mundo. As práticas são extremamente opressivas se incompatíveis com os direitos humanos consagrados universalmente. O mercado sexual é uma forma contemporânea de escravidão e vários indicadores mostram o seu aumento e expansão no século XXI. Aproximadamente três quartos das mulheres traficadas não sabem que se destina ma clubes de strip, bordéis ou para as ruas, onde são vendidas a compradores ansiosos. A maioria das mulheres procura Escapar da pobreza, da violência e da falta de oportunidades, mas, uma vez sob o controle de cafetões, são apanhadas pela prostituição por coação e violência física, sexual e econômica. A prostituição é uma procura de mercado criada por homens que compram e vendem a sexualidade feminina para seu benefício pessoal e seu próprio prazer. As reformas legais deveriam criar soluções para assistir as vítimas e condenar os culpados. O combate contra a regulação da prostituição é, assim, uma luta de todas as mulheres, porque está em causa o reconhecimento do direito da mulher à dignidade. A legalização da prostituição significa que os Estados criarão regulamentações que permitem que as mulheres possam ser prostituídas. Na luta que travamos contra a globalização excludente que assola economias nacionais, reverte direitos e, entre outros males, mercantiliza tudo e todas, está pautado o combate à mercantilização dos corpos das mulheres. Somos mulheres, não mercadorias!

As Sempre vivas
O mito masculino mantém que a prostituta se vende em um ato livre de disposição do seu corpo, esquecendo que estas mulheres foram impulsionadas à prostituição devido a elementos de ordem social: miséria, desemprego e deficiências do meio familiar: pobreza; por serem abandonadas pelo marido; por serem expulsas do lar por causa de gravidez indesejada; por terem filhos ilegítimos, etc.
Ainda que os nossos reformistas não queiram admitir, a inferioridade social e econômica da mulher é a única responsável pela prostituição. Também cabe destacar que o desemprego está associado indiscutivelmente à venda do corpo. As mulheres, devido às características sexuais da sociedade patriarcal, têm o recurso do comércio do seu sexo, em lugar do roubo ou de golpes.Esta é uma razão da menor delinqüência entre as mulheres. Mas a prostituição é um negócio de homens. O Estado e a classe dominante – o homem – assentamos eu poder e os seus recursos econômicos sobre a exploração das mulheres.A prostituição, assim como a tortura domiciliar, estupro e o femicídio, constituem um claro expoente do machismo.

Nem vocação nem liberdade
A ideologia machista, que afirma que a prostituta vende o seu corpo porque gosta, que se trata de um trabalho vocacional, refletiu em algum setor das prostitutas. À prostituta não causa prazer realizar serviços sexuais que só satisfazem ao homem. Vende seu corpo para poder sobreviver ou obter mais dinheiro. Ignora-se, entretanto, que as maiorias das prostitutas não são livres. Nem as pobres, nem as ricas. Tanto as da rua ou as dos bares e clubes como as de luxo que exercem outro tipo de prostituição clandestina, de convite, de agenda, estão controladas por cafetões, que são os principais beneficiários do negócio. As máfias impedem que as mulheres públicas obtenham um benefício individual, pois trata-se de um negócio para homens e não para as mulheres. A ignorância frente aos fatos reais faz com que ninguém se volte contra a figura do cliente nem do cafetão. Onde se viu que para erradicar uma injustiça se ataque os explorados e não os exploradores? Quem compra é quem tem o poder.

Sobre os clientes

A clientela que procura as prostitutas é heterogenia, entretanto, a classe social a que pertence e suas condições econômicas não mantém diferenças substanciais na forma como se relacionam com a prostituição. A prostituição é o símbolo mais tangível da ditadura heterossexual da nossa sociedade: o macho impõe o seu desejo em troca de dinheiro. A superioridade econômica lhe permite assegurar os serviços de prostitutas.
Foi dito que a prostituição é o ofício mais antigo do mundo. Isto se encaixa perfeitamente em nossa tese fundamental, a saber, que a mulher é a primeira classe explorada e oprimida pelo homem. Logo, tem seus ex o explorado individualmente ou de forma pública, quando o homem descobre que o comércio dos ex o pode lhe beneficiar. Entre os povos primitivos atuais a prostituição é um fenômeno corrente. No nosso adiantado e progressista mundo capitalista, gigolôs e cafetões, agrupados em clãs e máfias supra nacionais, enchemos bolsos coma exploração de mulheres escravizadas, sendo impossível para elas saírem do alucinante mundo da prostituição. O proxenetismo não só está representado pelos gigolôs que vigiam suas mulheres, mas também porto dos aqueles que vivem, enriquecem, se aproveitam e engordam às custas das prostitutas. Homens que vendem, compram, espancam, maltratam e até assassinam estas mulheres. Só a valentia de algumas, fartas de maus tratos e humilhações, permite que conheçam os a extorsão a que são submetidas.
Soluções para a prostituição
A luta organizada das prostitutas nascida na França está dividida em dois ramos fundamentais: a primeira, o setor com menos consciência de classe, mais reacionário, e que tem o visto do dos proxenetas, defende o trabalho e quer exercê-lo mediante a legalização. As mulheres reclamam a liberdade para vender o seu corpo e a prática da prostituição por vocação. A outra a do movimento, com a qual nos sentimos mais próximas, proclama que a prostituição é degradante e vil, e apresentam um plano de medidas governamentais para reinsertar as prostitutas. Muitas mulheres que estão sem trabalho, sem meios econômicos, são vítimas das máfias e estão obrigadas a prostituírem-se. Estamos mais próximas deste setor porque as mulheres do primeiro ainda não descobriram que devem ser donas de seu corpo. Carmem Alcalde considera que "estas mulheres não entenderam que a sua única alternativa é exigir o direito à cultura, à informação e ao trabalho, por mais explorado e alienado que seja.Assim como os escravos preferiram mudar sua situação de servos corporais pelo trabalho nas minas ou nas fábricas. Assim como hoje seguem preferindo a venda da sua força de trabalho no lugar de vender a sua pessoa a um amo, as mulheres, se realmente querem levar sua revolução sexual adiante, deveriam começar por gritar que são seres humanos com a mesma capacidade que os homens para integrar-se ao mundo do trabalho, político, cultural e criativo,monopolizado pela outra metade da população mundial". O atroz é que, com a legalização, as máfias, mais ou menos distinguidas, que controlam a prostituição atuarão com maior impunidade. A legalização, que aceita o comércio do corpo da mulher e as relações que com ele estabelece o cliente e a prostituta, não fariam mais do que favorecer este negócio que nutre capitalistas, fascistas e inclusive democratas. Em uma palavra, o movimento feminista não pode tolerar a legalização da escravidão sexual. Somos partidárias,ainda sabendo que esta solução atenta contra muitos interesses, de adotar medidas adequadas para abolir a prostituição, com a criação de escolas de formação e lugares de trabalho para as prostitutas, penas elevadas para todo tipo de cafetão e multas para os clientes. É necessária uma transformação Profunda das sociedade e,sobretudo, à tomada de consciência por parte das mulheres para sermos donas do nossos corpos e contrárias a qualquer tipo de exploração, incluída a sexual. Com a revolução feminista emergirá uma sociedade onde a Prostituição não terá razão de ser. Os métodos indiretos do patriarcado de indução à prostituição são mais sutis do que nunca. Entre eles podemos destacar a comercialização do corpo da mulher apresentada pelos meios de comunicação; e a ausência de uma autêntica igualdade de oportunidades entre os sexos que deixa as mulheres em posição débil e inseguras, e dependentes dos homens. Os ofícios mais antigos do mundo, expressão machista e sexista, querem dar a entender que a prostituição foi, é e será, ou, o que é o mesmo, que é inata à condição da mulher e imodificável.

Brasil Urgente !!!

Polícia fecha casa de prostituição e prende um homem no Sul do Estado21/09/2007 13:15:17 -
Uma casa de prostituição, localizada em Iúna, na região Sul do
Espírito Santo, foi fechada durante uma operação realizada na noite desta quinta-feira (20) pela
Delegacia do município. Um homem acusado de ser o dono do estabelecimento foi preso em
flagrante, de acordo com a Polícia Civil. Durante a operação, foram apreendidas duas motos que
estavam com documentações irregulares, R$1.182,00 em dinheiro, cadernos de anotações
contendo o controle de entrada e saída dos programas e anfetaminas como o Desobesi-M, um
inibidor de apetite que mantém as pessoas acordadas por longos períodos.A casa de prostituição
funcionava há aproximadamente dois anos. O agenciador do estabelecimento lucrava, em média,
cerca de R$ 4 mil por mês, por cada encontro com as garotas eram cobrados R$ 30.O delegado
que participou da operação, informou, ainda, que o dono do estabelecimento vai ser indiciado por rufianismo (que vive à custa de prostitutas), artigos 229 e 230 do Código Penal. O crime consiste em manter por conta própria casa de prostituição e tirar proveito da prostituição alheia. A pena varia de dois a cinco anos de reclusão, além de multa.